No final do discurso ético de Jesus, resumo de sua grande mensagem, chamado também de sermão da montanha, um pouco antes de ser admirado pela tamanha autoridade com que falava, segundo os relatos de Mateus (Mt. 7.24-27) Jesus concluiu sua serie de ensinos ilustrando com uma historia de dois homens que tinham o mesmo objetivo: uma construção. Aparentemente eles tinham a mesma necessidade, e dispunham de um mesmo projeto.
Entretanto Jesus os diferencia quanto à qualidade dos fundamentos. Ambos com suas construções já acabadas foram acometidos pelas mesmas circunstancias, entretanto o prudente não experimentou a grande ruína, como insensato. Jesus esta ensinando sobre a diferença entre obedecer a seus ensinos e as conseqüências em não obedecê-lo. Muitas pessoas podem julgar que obedecer a Deus consista numa tarefa difícil e desnecessária, contudo, creio que a obediência a Deus serve para o nosso próprio beneficio e inclusive nos protegendo de nós mesmos.
Quando aplicamos essa ilustração de Jesus em nossas vidas, descobrimos algumas lições no mínimo interessantes. Não adianta muito termos um bom projeto de vida ou necessidades que justifiquem um bom projeto se não investirmos corretamente nos fundamentos. Os fundamentos do relacionamento com Deus vão garantir estabilidade em todos os momentos da vida. Observe quanto temos gasto na base. A cada dia temos sido incentivados neste mundo contemporâneo a orar menos por causa do corre-corre diário, a jejuar menos por causa da grande oferta de comida, a congregar menos por causa do nosso excesso de trabalho, a evangelizar menos por causa da nossa crença equivocada de que as pessoas já têm acesso a muita informação.
São diversos os motivos que podem nos sugestionar investir menos de nós na base, nos alicerces do nosso relacionamento com Deus e em sua Palavra. O reflexo desta falta de cuidado com os fundamentos aparece claramente na vida de muitas pessoas: esfriamento espiritual, empobrecimento bíblico, desabamento de muitas famílias, relacionamentos interpessoais desgastados, desequilíbrios financeiros, vidas vazias de sentido, tudo como conseqüência de uma relação prazerosa com o pecado de desobedecer a Deus e investir pouco nos fundamentos.
O insensato da historia de Jesus representa muito bem o tipo de pessoa que está sempre com pressa para atingir seus objetivos, ainda que tenha em Jesus e em suas Palavras farta instrução, prefere não dar ouvidos porque acredita piamente já saber o suficiente. Igualmente, acha que não precisa aprender, ignora as instruções como um desobediente aprovado pela própria ignorância. Não subsiste ao temporal porque seu relacionamento com Deus não é seguro. Não é à prova de lutas e tribulações. Sucumbe diante da falta de solidez e cobertura.
Bem, ao final destas considerações acredito que já temos mais condições de escolher em qual destes projetos de vida investimos mais. Para tanto, invista mais na base e nunca estes fundamentos de surpreenderão. Ao contrario estarão sempre como sinônimo de segurança e projeto sustentável.
Pr. Aldeir Goulart